O que é o comutador de derivação
Em sistemas elétricos de potência, é comum que haja variações de tensões nas linhas de transmissão, devido a grande quantidade de cargas que são ligadas e desligadas constantemente. Porém, manter a tensão dentro de faixas operacionais é fundamental para garantir a qualidade e eficiência do fornecimento. Daí se dá a importância do comutador de derivação (tap-changer), que é um dispositivo utilizado em transformadores para ajustar a relação de transformação e regular a tensão de saída, permitindo que a tensão permaneça em valores desejáveis, garantindo a estabilidade da rede, compensando variações de carga e flutuações na geração.
Princípios de operação
O tap-changer ajusta a relação de transformação ao alterar os pontos de conexão do enrolamento do transformador. A ideia é simples: se modificamos a quantidade de espiras ativas em um dos enrolamentos, mudamos a tensão resultante. Essa alteração ocorre em pequenos incrementos (geralmente de 1,25% a 2,5% por passo), permitindo uma regulação fina da tensão.
Imagem 1: Diagrama esquemático de um tap-changer
Tipos de comutadores
Existem dois tipos principais de comutadores:
Comutador de derivação em carga (OLTC): Permitem alterar a derivação com o transformador energizado e operando. Isso é possível graças a mecanismos auxiliares que evitam curtos-circuitos momentâneos durante a transição. Nos mais modernos, a comutação é automática e operada por motores que respondem a relés configurados para manter a tensão no nível determinado, reagindo em tempo real a variações de carga. Eles são comuns em transformadores de subtransmissão e distribuição primária.
Comutadores de derivação desenergizados (DETC): Mais simples e baratos, exigem o desligamento do transformador para alteração do tap. São utilizados onde as variações de tensão são menores ou onde a operação contínua não é essencial.
Resumo:
Tipo | Vantagens | Desvantagens |
OLTC | Ajuste em tempo real | Complexidade e custo elevado |
DETC | Simplicidade e baixo custo | Necessita desligamento |
Conclusão
Permitindo a regulação da tensão de saída, o comutador de derivação é peça chave na estabilidade das redes atuais. A escolha entre OLTC e DETC depende de critérios econômicos e operacionais, mas seu papel tende a crescer com a evolução da rede elétrica brasileira, especialmente diante do avanço da automação e da geração distribuída.
Referências
STEVENSON, William D. Elementos de Análise de Sistemas de Potência. 2.ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. pag. 76-80.
https://www.megger.com/en-ca/applications/transformers/tap-changers
https://utbtransformers.com/understanding-transformer-tap-changers-types-functions-and-applications/